segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Teatro e a Vida (divagar)

Antes de entrar a palco, saio à rua, ponho os pês à estrada, revejo ensaios e tudo o que me rodeia, o feio o belo o misterioso o brotesco, o cómico, a peça é isto e muito mais...
Mas sem públicos, pessoas na calçada nas plateias, a vida não se faz sem teatro. E respiro, transpiro, anseio, desejo, partilho, aprendo a viver. Abrem-se portas e janelas, à ruídos e gemidos, a música entoa. Vivó teatro ao arteirismo vivido e realista num mundo desigual onde a paródia reina em tempos de balonismo. E continuo, guio num trânsito feroz como um leão esfomeado sem encontrar a comida suficiente para dar a mendigos. Perfeita dura e crua que assenta no banco de traz na cadeira da frente e num todo espaço para todos e para ninguém. Venha o próximo o mesmo o outro, quem viêr que fique pra vêr e faça-se o silêncio que se volte, torne a vêr teatro, tudo isto é vida tudo isto é palco. Ao amor 100 palavras fico rendido mas sem ti em nada poderia pensar, logo insisto, existo, é nisto que dá. A B D, quadra ou texto corrido, diálogos por vezes incompreendidos, retornam a casa, e volta o conforto e tudo mais.
Bruno Gama